Bilhões vêm sendo gastos em seguros contra ciberataques e situação deve piorar
Que a segurança da informação é um dos assuntos mais debatidos no mundo da informática, isso não é novidade alguma. A cada dia que passa os cibercriminosos ficam mais ousados. Com ameaças cada vez mais inusitadas, eles vêm prejudicando não apenas usuários domésticos, como também grandes empresas e negócios. E, segundo Geoff White, gerente da seguradora Barbican, a coisa só tende a piorar daqui para frente.
Ao Business Insider, White afirmou que os valores gastos com indenizações tem “crescido brutalmente” desde 2009 e, somente em 2012, esse valor bateu o previsto de US$ 850 milhões e atingiu a incrível marca de US$ 1,3 bilhão em 2013. Para este ano, White diz que o montante gasto com pagamentos de seguros relacionados à perda de dados e informações pode chegar a US$ 2 bilhões.
Apesar dos valores gastos neste tipo de serviço principalmente na Europa e Estados Unidos, a área de seguros relacionados a TI está em ascensão – isso tudo graças aos cada vez mais frequentes ciberataques. “Foi grande o número de varejistas norte-americanos que procurou aumentar seus limites de seguro para valores bastante altos. Houve casos em que eles pagaram para triplicar ou quadruplicar esse limite por causa de ataques virtuais”, afirmou White.
Proteger tais dados e informações das mãos gananciosas dos criminosos virtuais, no entanto, ainda não parece ser prioridade em uma grande parcela de negócios no mundo afora. Segundo o relatório Information Security Breaches Report (ou Relatório de Violações da Segurança da Informação, numa tradução livre) de 2013 do governo britânico, mais de 10 mil pequenos negócios no país não acreditam que sofrerão com os ciberataques.
“Muitas empresas acreditam que os ataques virtuais não são relevantes para o negócio delas, pensam que isso só afeta grandes negócios. Porém, sabemos que basta usar o e-mail, ter um smartphone ou um computador para correr riscos”, disse White.
Para o especialista em segurança virtual, Peter Sommer, o problema está diretamente relacionado ao avanço tecnológico aliado à desatenção dos usuários. “Se observarmos a computação na nuvem em específico, descobriremos que as pessoas estão assinando contratos que deixam seu negócio extremamente exposto”, afirma.
Outra preocupação do especialista é se as seguradoras realmente serão capazes de lidar com os pedidos de seguro da indústria, cujas novidades surgem todos os dias. “Há uma série de riscos quando falamos sobre o mundo virtual e eles mudam todos os dias. A questão para as seguradoras, portanto, é como elas conseguirão cobrir essas mudanças?”, questionou Sommer.
Segundo White, as seguradoras estão trabalhando para entender o segmento o mais rápido possível e que o negócio deve ser visto como uma parte do leque de soluções para a contenção e gerenciamento de riscos e não a única.
O executivo destaca, no entanto, que o principal elemento para que o negócio permaneça seguro não são os firewalls, antivírus ou qualquer suíte de segurança, mas sim funcionários tecnologicamente bem educados. “O elemento humano ainda é o principal fator. Não adianta ter os melhores softwares de segurança se um e-mail malicioso chega à sua caixa de entrada e você clica no link que vem nele, abrindo uma enorme brecha de segurança para toda a sua companhia”, finaliza o executivo.
Fonte: editora roncarati