Vida de sagui
Até o ano passado eram dois. Depois foram três, dois adultos e um filhote. Este ano apareceram em bando, uns 10 ou 12, pulando nos galhos das árvores do canteiro central da avenida.
É gozado ver os saguis brincando, correndo pelos galhos. A velocidade com que sobem e descem e que saltam de um galho para outro é impressionante.
Pequenos, quem não sabe que eles estão por aí dificilmente consegue vê-los, escondidos pelas folhas das tipuanas e de outras árvores que cresceram no pedaço e onde vivem e brincam.
Quem acha que macaco é bonzinho é porque nunca os viu, um empurrando o outro para ver se alguém cai, o que de vez em quando acontece, com um macaquinho se estatelando no chão.
E o tombo pode machucar, como ficou evidente no braço mole de um deles, atirado para baixo da árvore pelos queridos amigos que ficaram vendo a queda, fazendo uma enorme algazarra com seus gritos agudos, como que comemorando o tombo, para eles, muito merecido.
Quem sou eu para dar palpite? Vai ver até que era, mas não posso descer a este nível de detalhes porque eu não sei muito sobre a vida do bando de saguis que tomou de assalto o pedaço.
Vejo eles correndo e saltando pelos galhos e pelos fios de alta tensão estendidos entre os postes nas calçadas, chego a colocar frutas no muro, mas meu conhecimento e interação param por aí.
A verdadeira vida dos macacos é dos macacos. Quem sabe, a pessoa mais bem informada sobre eles seja o guarda da rua. Da esquina, ele tem uma visão ampla do universo em que eles vivem. Mas, mesmo ele, não consegue ir muito longe. Identifica um, mostra outro e isso é tudo. Graças a Deus, isso é tudo. Aos macacos o que pertence aos macacos.
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