USP múltipla
A USP é vista como um grande playground de aves em geral. A quantidade de pássaros que vivem na Cidade Universitária realmente impressiona, pela quantidade e pela variedade. Aves grandes, muito grandes, pequenas e muito pequenas dividem os céus e os galhos com uma sem cerimônia difícil de ser vista inclusive nas matas, até porque boa parte das aves que vivem na USP não são aves de mata.
Bem-te-vis, sabiás de várias espécies, rolinhas, sanhaços, quero-queros, almas de gato, tico-ticos, pardais, jacus, pombas, beija flores, etc. voam pela Cidade Universitária como se estivessem em casa, da mesma forma que alguns gaviões pinhé não hesitam em romper os sacos de lixo com seus bicos em vez de caçarem outras aves pelos céus do pedaço.
Caçar para quê se é muito mais fácil e menos perigoso furar os sacos de lixo? Para que enfrentar a fúria dos bem-te-vis se o lixo humano é pródigo em alimentos ricos e saborosos, inclusive com variedade de gostos?
Mas a Cidade Universitária é muito mais complexa e a vida prolifera de forma muito mais rica do que se imagina. É olhar com atenção os galhos das árvores para, ao lado dos ninhos de joão de barro, se ver macacos.
É caminhar ao lado da Raia Olímpica para descobrir que ela se transformou num enorme berçário de capivaras. Cada semana cresce o número de ratões tomando sol no gramado ao lado da pista de remo.
E outro dia, fazendo minha caminhada com a Clotilde, nossa cadelinha boxer, dei com um lagarto de mais de um metro e meio, caminhando como quem está em paz com a vida e com Deus, na calçada entre o prédio e o gramado no bolsão da Politécnica.
Em outras palavras, a USP é a prova viva de que a vida se adapta e que os bichos acham muito mais fácil viver na cidade que no campo.
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