Um paliteiro chamado barra funda
Quem conheceu a Barra Funda 20 anos atrás, não voltou lá e vê o bairro hoje leva um susto. O bairro dos amplos horizontes, com por do sol visível de todos os lugares, agora é um paliteiro que aumenta dia a dia, com prédios de todos os tamanhos, estilos e finalidades subindo numa velocidade impressionante.
As mudanças acontecem semanalmente Eu sei porque todas as semanas atravesso a Ponte Júlio de Mesquita Neto, voltando da Rádio para o meu escritório.
O antigo espaço aéreo, normalmente ocupado por urubus sem pressa, vai perdendo a profundidade, comido vivo pelas torres que sobem – algumas muito bonitas, outras, nem tanto.
A Barra Funda das fábricas, dos galpões, dos depósitos não existe mais. O que aparece no mapa é um bairro moderno, ainda em construção, mas já dando noção da sua força e do tamanho que terá quando mais ocupado.
Atualmente, como acontece com toda a cidade, a Barra Funda enfrenta trânsito de enlouquecer. Para aqui, para ali, para em todo lugar. E a CET não faz nada para aliviar, pelo contrário, parece que é de propósito, os semáforos estão sempre dessincronizados.
O resultado é o caos quase que constante, pelo menos nos cruzamentos mais concorridos. O pessoal invade mesmo, pouco se importando se não vai andar. As pessoas sabem que vão ficar paradas no meio, mas tanto faz, se ela não anda, o outro não anda também.
Aí o jeito é olhar em volta. E o olhar em volta impressiona. Do bairro calmo de 20 anos atrás sobrou muito pouco. Nem mesmo os nomes das ruas, mudados pelas placas da CET, criando nomes novos. Pode mais quem pode mais. O progresso na Barra Funda é coisa de gente grande.
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