Um país muito estranho
O Brasil é um país muito estranho. Já disseram que é para profissionais. E é verdade. Amador, aqui, quebra a cara. Não que os outros países também não sejam estranhos, ou não tenham manias próprias que alguém de fora não entende. Têm. É assim que o mundo funciona.
Mas o Brasil tem alguns números que apavoram. Por exemplo, o país tem perto de 60 mil mortos e 600 mil inválidos por ano, em função dos acidentes de trânsito. É número para ninguém colocar defeito. O dado triste é que ele serve para tudo, menos para colocar ordem na casa. É o caso de São Paulo, onde a prefeitura que não gosta da cidade aparelhou as ruas e avenidas com radares de última geração, com a desculpa que era para reduzir os acidentes graves, quando, todo mundo sabe, foi só para aumentar a arrecadação.
Se houvesse alguma vontade séria de reduzir o número de acidentes, a Prefeitura teria tomado outras medidas, começando por acabar ou reinventar a CET.
No entanto, ninguém viu nada de parecido com isso. Ao contrário. Em vez de tapar os buracos, deixou a cidade ser tomada por crateras, craterinhas, costelas de vaca e buracos de todos os tamanhos.
Tirando duas ou três ações de marketing, não pintou faixas para pedestres, não cuidou das que havia, não sinalizou as ruas, não pintou faixas separando as pistas, não fez manutenção dos semáforos, enfim, não fez nada que melhorasse o trânsito ou a segurança no trânsito.
O duro é que São Paulo é só um exemplo e está longe de ser o pior.
Com o desenho piorado no resto do país, não adianta criar novas multas ou endurecer as que já existem.
É olhar os buracos na maioria das estradas federais para se ter certeza que ainda vai morrer muita gente, antes do tema ser levado a sério.
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