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Crônicas & Artigos

em 25/07/17

Um oceano de buracos

Fazia muito tempo que São Paulo não tinha tantos buracos. Nem tão grandes, nem tão fundos. Um oceano de buracos inundou a cidade. Como se o Atlântico subisse de nível e afogasse Santos, Guarujá, Itanhaém, Suarão e Caraguatatuba, os buracos estão afogando São Paulo.

Desde os tempos do buraco gigante da Avenida Interlagos, muitos anos atrás, não se via nada parecido. É a festa dos buracos. A orgia das crateras de todos os tamanhos, formas e profundidades.

Estão nadando de braçada. Crescem e se multiplicam em velocidade que Deus nunca imaginou possível quando mandou as pessoas crescerem e se multiplicarem.

No ritmo que vai, nem as capivaras são páreo para eles. Os buracos estão se superando. Já tem buraco dentro de buraco.

Isso mesmo, já tem buraco crescendo dentro de outro buraco. O resultado da soma dos dois buracos é uma cratera. Se um carro cai nela, adeus roda, adeus pneu, adeus suspensão. E quem paga a conta é o bispo. Até receber da Prefeitura, o carro virou sucata.

Não é justo dizer que a culpa pelos buracos é da atual administração. Não é. O prefeito que não gostava da cidade não permitiu que se tapassem buracos ou se fizesse a manutenção das ruas durante todos os anos em que foi prefeito. Para ele rua boa era rua esburacada. E cidade cheirando mal.

Para completar, as concessionárias de serviços públicos furam e escavam as ruas como se fossem toupeiras. Só que o serviço de fechamento das valetas é da pior qualidade. Só não é mais vagabundo porque não dá para fazer um asfalto de pior qualidade.

Mas isso não quer dizer que a atual administração não tem que fazer alguma coisa. Tem. A prefeitura já disse que fará, mas, além de falar, é preciso começar. Os veículos desde já agradecem e aplaudem.

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