Campeões do mundo
Se no futebol nem sempre a coisa gira, no dia a dia, não há como negar, o Brasil é campeão do mundo em boas intenções. As mesmas boas intenções que enchem o inferno e que invariavelmente dão errado, com custos de todos os tipos competindo para ver quem cobra mais.
Nenhum país civilizado tem um Estatuto da Criança e do Adolescente comparável ao nosso. Nem mesmo a Suécia, na sua discreta supercivilização criou um monstrengo semelhante. É por isso que a Suécia não tem crianças nas ruas, nem aviãozinho para o crime organizado.
A esnobe Grã-Bretanha fala, fala, desfila para lá e para cá, mas não tem idade mínima para prender menores. Por isso lá tem poucos menores presos. Aqui, não. Aqui é 18 anos, antes não pode. Por isso nossas crianças estão deitando e rolando, quando não estão sendo treinadas nas Fundações Casas da vida para voltarem para as ruas mais eficientes do que antes, prontas para qualquer tipo de violência, sem pena e sem remorso.
No Brasil a Lei Seca é radical: uma gota de cerveja e o cidadão está acima do limite legal de álcool no sangue. Vários países admitem um copo de vinho ou dois copos de cervejas, por isso têm poucos mortos no trânsito e poucos motoristas dirigindo bêbados.
Nós estamos comemorando 10 anos de Lei Seca e hipotéticos 41 mil mortos a menos nas ruas e estradas do país. Faltou dizer que continuam morrendo 42 mil brasileiros por ano vítimas de acidentes de trânsito, boa parte causada por motoristas alcoolizados.
No Brasil caçar é crime inafiançável. Na Europa e nos Estados Unidos a caça é fonte de renda para manter os parques. Por isso nossos animais estão em extinção, enquanto os deles crescem gordos e fortes.
Não há dúvida, o Brasil é o grande campeão. Viva nossas leis e seus patéticos resultados!
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