Sinfônica de Jerusalém
Israel está completando setenta anos de existência como nação soberana. Ao longo deste tempo, um deserto árido foi convertido num canteiro que produz de tudo; cidades milenares passaram a conviver com arquitetura moderna; o país é um centro de alta tecnologia; as artes e a cultura são incentivadas nas escolas, nas ruas, teatros e museus.
Entre as artes, a música tem lugar de destaque e foi por causa dos setenta anos de Israel que eu acabei na Sala São Paulo, a convite do meu amigo Cláudio Lottemberg, assistindo a Orquestra Sinfônica de Jerusalém.
É uma bela orquestra, regida por um grande maestro, Yeruham Scharovky, que tocou Mendelssohn e Brahms para ser aplaudida de pé.
A sala lotada aplaudiu entusiasticamente a performance da orquestra e, de forma mais entusiástica ainda, o solista Itamar Zorman, que brilhou na execução do concerto para violino, Opus 64, de Mendelssohn.
Itamar Zorman não deve ter muito mais do que 25 anos. Mas tem o dom, o talento e a técnica de um grande artista, de alguém com mais idade e mais palco.
Eu estava sentado bem na frente, então pude acompanhar os movimentos de sua face, as mudanças de expressão, a concentração, o riso, a boca espremida, cada uma mostrando um determinado instante e como o artista sentia a música e seu desafio dentro dele.
Foi uma noite mágica. Fazia tempo que eu não assistia um concerto na Sala São Paulo. É das salas de espetáculo mais belas do mundo. Só ela vale a viagem de ida e de volta, atravessando a Cracolândia, como que para dar um banho de realidade depois da emoção e da viagem da música.
Para coroar a noite, a orquestra, que iniciou tocando os hinos brasileiro e de Israel, encerrou o espetáculo com um bem-humorado “Tico-tico no Fubá”, com direito a passinho do maestro. Obrigado, Cláudio, pelo belo presente.
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