Seis por três e meio
O Brasil inteiro quer mudar. Quer entrar nos eixos, voltar a ser ético, ter princípios sólidos e segurança jurídica. Vamos fazer e ponto. Ninguém tem dúvidas sobre isso.
Por outro lado, parece que o país não está percebendo o que está acontecendo. Não há registro na história recente da humanidade de uma ação parecida com a Operação Lava Jato.
Uma mexida profunda, atingindo as pessoas mais importantes, dentro da lei, com as instituições funcionando, processo jurídico perfeito, advogados competentes assessorando os réus e os diferentes níveis da Justiça atentos para garantir um julgamento imparcial e justo.
É coisa para gente grande. Nas vezes que uma limpeza desta ordem aconteceu nos outros países, foi dentro de situações de força, ditaduras, sangue nas ruas e o mais que o homem inventa para sacrificar o homem.
O grande drama nacional é que a máquina estatal está podre. O cerne da administração se corrompeu, e não é apenas a corrupção da Petrobrás ou dos fundos de pensão.
Mais grave do que ela é a corrupção institucional, ou corrupção legal, representada por salários e vantagens indecentes, mas garantidos por lei, que permitem que determinadas categorias, que deveriam ser as mais sensíveis e dar o exemplo, mesmo sendo muito bem pagas, exijam aumentos que vão de 16 a mais de 40%, no meio de uma crise que gerou mais de 14 milhões de desempregados e um rombo nas contas públicas que, com sorte, este ano fecha perto de menos 150 bilhões de reais.
Neste quadro, trocar 6 por 3 e meio é sem sentido. Não adianta explodir a fábrica, é ela que garante nosso sustento. Entre os que estão aí, o que está no Governo ainda é o menos ruim e está mexendo no vespeiro. Quem seria a alternativa? Você tem um bom nome seja de que partido for?
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