Sanha matadora
A sanha da administração Morubixaba-guará-bebê é tão obsessiva que até a migração dos gnus fica insignificante perto dela. É tinta no solo, tinta no solo e mais tinta no solo, tanto faz onde e como.
O importante é pintar, espalhar o urucum pela rua, criar a imagem de uma veia exposta para homenagear os mártires do Petrolão.
Mas não é veia, é apenas o resultado do preenchimento de um espaço balizado por duas linhas, pintado de vermelho.
É tanta vontade de pintar que os encarregados de agradar a alta administração da cidade decidiram invadir as calçadas.
Isso mesmo. As faixas das ciclovias estão entrando calçada a dentro, expulsando o pedestre para o meio da rua, ou para onde ele quiser, desde que respeite a faixa do ciclista.
Quem manda em São Paulo são os ciclistas. Tanto faz se não tem ciclistas na maioria das faixas. Tanto faz se esqueceram de avisar a administração Morubixaba-guará-bebê que não haveria ciclistas para tantas faixas. Tanto faz todos os tanto fazes, as ciclovias vieram para ficar. E ficarão, nas ruas, nas calçadas, em todos os lugares onde atrapalharem a vida do paulistano, causando o máximo de dano no mínimo de espaço.
Pena que a perenidade das obras seja parecida com a perenidade dos rios do agreste nordestino. Quer dizer, não dura muito tempo. Mas isso é só um detalhe. E tem outro lado altamente positivo: a tinta saindo, logo será necessário contratar mais gente para pintar de novo.
A um custo médio de 650 mil reais por quilômetro, dá pra todo mundo ficar feliz. Inclusive o importador do urucum boliviano, que parece que é a tinta utilizada, ainda que com a mesma má qualidade dos corredores de ônibus, como o da avenida Ordem e Progresso. Obra boa é obra que tem que ser refeita rapidamente. Gera empregos em tempos de crise.
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