Rio 10 x São Paulo 1
As Olímpiadas e Paralimpíadas tiveram o dom de dar dignidade ao Rio de Janeiro. Se a cidade estava de farol baixo, escurecida e desmoralizada pelo crime organizado que manda mais que as autoridades ditas constituídas, os Jogos conseguiram resgatar a autoestima do povo.
E fizeram mais: deram aos cariocas, na cola da sua realização, além de museus novos, como o Museu do Amanhã e o MAR – Museu de Arte do Rio, a recuperação de áreas deterioradas do cais e dos armazéns, criando um espaço lindo num dos cenários mais bonitos do planeta.
Quem anda pelo Rio é enfático em dizer que a cidade está limpa. Que as pessoas estão redescobrindo o prazer de caminhar por ela, ir aos museus, usar os espaços conquistados com as reformas.
É bom saber que o Rio de Janeiro está com a autoestima elevada. Que o carioca está orgulhoso da cidade e que este orgulho é merecido, ainda que os problemas mais sérios continuem longe de serem resolvidos.
É muito bom saber que o Museu do Amanhã vale todas as visitas. Que o MAR – Museu de Arte do Rio é lindo. Que o Museu de Arte Moderna continua lá, no Aterro, com o acervo bem cuidado. Que o Museu Nacional e o Museu Nacional de Belas Artes não devem nada para ninguém.
É bom saber que monumentos importantes, como a Candelária, foram recuperados. Que pelo menos o Rio para turistas está limpo.
Triste é o contraponto oferecido por São Paulo, tida como a Capital cultural do país.
O Teatro Municipal passa por investigação sobre desvio de dinheiro e má gestão. Se não bastasse, todo seu entorno cheira mal, como se o Centro histórico da cidade fosse uma cloaca. O Museu do Ipiranga está fechado por falta de segurança. Enfim, a cidade está pichada e suja, os monumentos deteriorados e parece que tanto faz. É triste ver São Paulo assim.
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