Revisitando Salvador

Às vezes é bom sair de casa, ver outros lugares, abrir a cabeça, viver outras realidades. Viajar, sair por aí com ou sem rumo é a melhor forma de se fazer isso. Pode ser de carro, pode ser de avião. Uma conhecida uma vez foi para a Bahia de ônibus. Quando os baianos perguntaram se ela tinha ido por ar ou por terra, respondeu que tinha ido por asfalto.

O importante é ir. Conheço gente que viaja pedindo carona. Não sei se é a melhor forma de se viajar pelo Brasil nos dias de hoje, mas cada um sabe de si. Da mesma forma que tem gente que vai de helicóptero e outros não abrem mão do jatinho. Questões de conforto, poder ou viver bem. Todas são válidas e todas valem a pena se o viajante fica feliz.

Fui para Salvador participar de uma reunião da Confederação das Santas Casas, realizada na Santa Casa da Bahia.

Foi um evento rico pela participação de mais de cem pessoas de vários estados, todas preocupadas com a situação das Santas Casas e dos hospitais filantrópicos, responsáveis pelo atendimento de mais de 51% do movimento do SUS, donos de mais de 43% dos leitos hospitalares utilizados pela rede pública, com custos operacionais muito mais baratos do que a média dos hospitais diretamente administrados pelo governo e, no entanto, invariavelmente vendidos como incompetentes.

O evento foi muito bom, em todos os sentidos. Mas tão importante quanto ele, tive a oportunidade de ver uma Salvador que eu não conhecia.

A cidade mudou profundamente nos quatro ou cinco anos que fiquei sem ir até lá. Está bonita, bem tratada, com espaços amplos, praças, caminhos, passeios e mirantes valorizando a vista deslumbrante da Baia de Todos os Santos, do Rio Vermelho, de Itapuã. Como se não bastasse, a culinária se sofisticou. Em outras palavras, vale a pena ir a Salvador.