Reflexões sobre o ipês amarelos
Quem não acredita em destino vai dizer que não tem nada a ver, que é tudo fruto da imaginação ou lembrança dos programas de televisão da década de 1960. Rota 66, Bat Masterson, Rintintim ou Bonanza.
Vai ter quem diga que é herança psicológica de Perdidos no Espaço ou Viagem ao Fundo Mar. Tanto faz, a verdade é que tudo é possível porque cada um é cada um e os outros são os outros.
Só quem assistiu Jim das Selvas, Aventuras Submarinas e Combate sabe o que isso quer dizer.
Os ipês amarelos são muito espertos e se valem de cada momento para alterar a ordem do show, causando espanto ou admiração, depende de quem vê.
Primeiro fizeram que vinham e não vieram. Pipocaram, um aqui outro ali, mas sem consistência, como se a florada do ano fosse dar com os burros n’água.
Quando quase todo mundo descobre que a cidade também tem sibipirunas e que as tipuanas florescem, eis que eles entram em cena. Como quem não quer nada, explodem no meio, em volta, atrás ou na frente das outras árvores e impõem seu amarelo mais forte.
Resgate do passado bandeirista e do ouro arrancado das matas pelos paulistas ou homenagem à água descoberta em Marte?
As versões variam de acordo com a lembrança das séries de TV dos anos 1960, ou não.
Quem viu, viu, quem não viu, provavelmente não verá mais. O menino que era o herói de Rintintim depois se transformou no homem de 6 milhões de dólares e casou com uma das mulheres mais belas do cinema.
Fatos da vida, mas que não interferem na florada dos ipês amarelos, ou na água salgada correndo pelo solo nos verões marcianos.
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