Que saudades da Itatibense
Faz pouco tempo escrevi uma crônica contando da minha infância na fazenda da família e da saudade que eu sentia da luz da Light.
A Light era a certeza da luz. Com chuva ou sem chuva, funcionava, iluminava, fazia as noites mais felizes e as pessoas mais alegres. Graças a ela, as novelas tomaram conta do Brasil.
Antes da Light a luz da fazenda era fornecida por uma distribuidora chamada Itatibense. Era o céu ficar cinza para as pessoas começarem a se mexer, atrás de velas e lampiões. Se chovesse, era quase certo que faltaria energia elétrica.
Durante anos a Itatibense forneceu, sem entregar, em boa parte dos dias de chuva, a energia da fazenda.
Com a entrada em cena da Light tudo mudou. A luz chegava até quando chovia. Os lampiões se transformaram em objetos de decoração e as velas envelheceram na despensa.
São Paulo hoje me lembra a Itatibense piorada. Muito piorada. Se com a Itatibense precisava começar a chover, hoje, na Capital, basta a previsão do tempo falar em chuva para acabar a luz.
O duro é que não tem para quem reclamar. O 0800 da distribuidora mente, te deixa na mão, desliga na sua cara, derruba a linha, não reconhece CPF do titular ou manda digitar um número misterioso, que está em algum canto da conta de luz fora do lugar em que deveria estar.
É feito para te deixar no escuro. Sem saber de nada porque você é apenas o tonto que paga a conta. A falta de energia não é da conta dos tontos. É assunto para ser tratado com as altas autoridades da República.
Ah, que saudades da Itatibense! Que saudade da Itatibense! E não é saudosismo. Mais um pouco, a turma da luz em São Paulo empata em incompetência e falta de respeito com a até hoje imbatível CET.
Voltar à listagem