Propaganda enganosa
Se há algo imperdoável é a propaganda enganosa. O produto que promete o mundo entrega o inferno, ou o que usa dados falsos para mostrar que é o melhor, o mais querido, o sonho de consumo.
As autoridades do setor são impiedosas. Obrigam quem entra na trilhada mentira a sair rapidinho. Parar e, dependendo do caso, a pedir desculpas.
Ou é assim, ou é assim. Nem poderia ser diferente, num setor que usa a auto-regulamentação como forma de manter o padrão ético e a credibilidade para receber bilhões de reais todos os anos.
Não pode pisar na bola e a maioria tenta manter o jogo dentro de limites mínimos necessários para o barco navegar em mar de almirante.
Mas eis que, não tão de repente, revivendo antiga tradição implantada no país há dez anos, o governo dá o mau exemplo.
A atual campanha nas redes de televisão é uma agressão ao bom senso, à ética e aos padrões mínimos de verdade exigidos de uma campanha que vai ao ar vender alguma coisa.
De acordo com ela, a culpa do Brasil estar na tanga que está é do resto do mundo, que nos últimos anos se meteu numa encalacrada e que, apesar do governo brasileiro ter feito tudo que podia para salvar a pátria, agora chegou aqui.
Não há nada errado nos desmandos do ex-Ministro da Fazenda, que já está esquecido, mas cuja conta continuamos a pagar.
Não há nada errado na presidenta que foi estudanta não ter aprendido economia. Não há nada errado em todos os desmandos que foram praticados, entre eles, níveis inéditos de corrupção. Não, na campanha o governo fez tudo certo e daqui a pouco vai ficar melhor ainda.
Isso se chama propaganda enganosa e tem que sair do ar.
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