Por que tem que dar errado
O Brasil foi cientificamente pensado para dar errado. Toda essa ciência não é coisa de 500 anos, não. O que estamos vendo tem pouco mais de 30: começa na redemocratização, ganha fôlego na Constituinte e acelera com a chegada triunfal do PT na Presidência da República.
O PT tem o mérito inegável de ter transformado a corrupção em moeda de troca para a manutenção do poder. Ninguém imagina que antes dele o país não tivesse corrupção. Tinha, e muita. Mas não era uma política instituída para premiar os partidos políticos de todas as cores e lados em troca de apoio para o PT.
Só que o estrago é muito maior. O PT, além de institucionalizar a corrupção, destruiu a ordem moral da nação. Aí o que se vê é apavorante. Não precisa mais do que trafegar pelas ruas e estradas brasileiras para ver os desmandos que são cometidos deliberadamente.
Também não é preciso muito para ver o ponto a que chegamos na qualidade das discussões vergonhosas sobre os mais variados temas, invariavelmente em diálogos deprimentes, envolvendo alguns dos nomes mais altos na hierarquia pública nacional.
Mas se alguém incrédulo precisava da prova concreta das chagas que ferem de morte as chances do Brasil sair do buraco moral em que foi jogado, a posição da Ministra dos Direitos Humanos atingiu a perfeição.
Ao comparar sua situação com o trabalho escravo, reivindicando mais de 60 mil reais por mês porque é ministra, essa senhora ultrapassou todos os limites, inclusive expondo seu absoluto desprezo pelos milhares de brasileiros mantidos ilegalmente na escravidão e que, justamente por isso, não ganham nada para morrerem obrigados a trabalhar. O pior é que ela é desembargadora aposentada, o que leva a crer que sabe da regra constitucional que limita os vencimentos de funcionários públicos.
Voltar à listagem