Política não tem vácuo
No meio do embrulho sem tamanho em que transformaram a vida política nacional é importante lembrar que em política, ao contrário do espaço, não tem vácuo.
É alguém ir ao banheiro sem deixar avisado e combinado e outro alguém toma o seu lugar. Não tem perdão. A regra é esta, aqui, na Tanzânia, Bósnia, França ou Portugal.
É uma regra democrática que vale para todos os outros países do planeta e provavelmente para os demais planetas onde haja vida inteligente e sistema político, seja ele qual for.
Em política não tem vácuo. A regra pragmática, verdadeira, incontestável e autoaplicável se impõe duramente, doa a quem doer. É só abrir espaço que outro entra de sola, com jeito ou na marra.
O grande problema nacional é exatamente este: como não temos plano B pré-agendado, quem entrar entrou e, dependendo do entrante, pode ser muito ruim para o país.
O fator complicador é que as coisas meio que saíram de controle e ninguém tem como trazer a manada de volta à trilha. Em algum momento isso acaba acontecendo, mas agora está feio e pode demorar muito para o Brasil recuperar o tempo que volta a ser perdido em função de uma história sem heróis e recheada de bandidos, o que obriga a se repensar a ética ou a falta dela no país.
Churchill, o grande político britânico, dizia que política é a arte de adiar para amanhã o que estourou na semana passada. Como as coisas aqui estão estouradas faz muitos anos, o momento é complicado. Afinal, já estamos adiando o inadiável faz tempo.
Qual será o final disso tudo é o palpite de um bilhão de dólares. Quem tiver algum indício, por favor, reparta com os demais.
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