Para melhorar o ruim
O Brasil ostenta com galhardia o impressionante número de 50 mil assassinatos por ano. Por isso eu fico um pouco assustado quando amigos comentam as barbaridades que acontecem em lugares como a Síria ou o Iraque.
Para que ir tão longe se no nosso quintal acontecem coisas tão apavorantes quanto os vídeos postados pelo Estado Islâmico? Como? Lá eles decapitam os prisioneiros? Mas aqui os tribunais do crime fazem exatamente a mesma coisa e não é de hoje.
Além dos assassinatos, temos mais 60 mil mortos em acidentes de trânsito, grande parte deles acontecida pelo mais absoluto desprezo às leis, ao cuidado com o próximo e ao respeito com a vida humana.
Desprezo dos motoristas bêbados e das autoridades que não tapam buracos, não pintam faixas na pista, não se preocupam com os pedestres, mas reduzem a velocidade nas pistas expressas, como se isso resolvesse alguma coisa e não servisse apenas para multar.
60 mil mortos implica em outros 600 mil inválidos todos os anos. Isso mesmo, 600 mil pessoas ficam permanentemente inválidas em função dos mesmos acidentes que matam 60 mil brasileiros.
E para quem acha que já está bom, mais um número muito ruim para engrossar a lista das tragédias sociais, que têm na origem a falta de escola e de saúde pública. Ou seja, têm na origem a omissão dos governantes.
Os últimos dados sobre a crise mostram que mais de 600 mil postos de trabalho com carteira assinada foram recentemente fechados.
Graças ao glorioso Partido que diz defender os trabalhadores, mas, pelo que parece, prefere participar de festas como a da Petrobrás, até o final do ano centenas de milhares de brasileiros perderão seus empregos. Com políticos deste quilate o Brasil não precisa de inimigo.
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