Panetone
Outro dia, ouvindo a Rádio Eldorado, fiquei sabendo que já estão vendendo panetone. Confesso que fiquei meio assustado. Estamos caminhando para o final do ano, mas ainda falta muito para chegar lá.
É cedo para se vender panetone. Panetone é bolo de Natal, ou se não é bolo, seu momento é no Natal. Antes é cedo, depois é tarde.
É a mesma regra que move os ovos de Páscoa e faz do coelhinho o animal mais aguardado na hora de se comer chocolate.
Ninguém imagina ovos de Páscoa nesta época do ano. É muito tarde para eles, da mesma forma que é muito cedo para os panetones.
Tudo tem seu tempo e seu ritmo, está na Bíblia, não adianta discutir. Tem uma hora para nascer e uma hora para morrer. Uma hora para lutar e outra para colher os frutos da paz. Uma hora para ser outra para não ser.
A hora dos panetones é em dezembro, antes é forçar a barra. Esquecer que tem o dia da criança. O dia de Nossa Senhora Aparecida. O dia de finados e tantos outros, com destaque ou sem destaque nas folhinhas das paredes.
Tem dia de show de roque e dia de ópera, dia de festival da cerveja e dia de festa da uva. Não tem como nem porquê misturar tudo e transformar o ano num imenso amontoado de festas, sem sentido, sem tempo certo, sem razão de ser.
Agora é cedo para os panetones. Não sei qual seria a sensação de comer panetone agora, mas provavelmente, não cairia bem, nem para matar a saudade do gosto gostoso do bolo do Natal.
Cada momento é único. Ninguém comemora o nascimento do Cristo na Páscoa. Não é a hora. Cristo nasceu no natal, então vamos deixar para os dias em volta do Natal a homenagem ao nascimento do Cristo. Vamos comer panetone na hora certa e a hora não é agora.
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