Os ipês se lixam para a política
Tem quem tente capitalizar a florada dos ipês roxos politicamente. Como se fosse mérito dele ou do partido, ou mesmo como se os ipês estivessem engajados em alguma causa no sentido de dar suporte para a imensidão de tolices que vão sendo ditas como se fossem verdades reveladas retiradas da Bíblia.
Os ipês roxos negam veementemente qualquer tentativa de uso da imagem ou de eventual posição política atribuída a eles. Eles não estão floridos porque querem soltar ou prender quem quer que seja, à direita ou à esquerda, em cima ou embaixo.
Eles estão floridos porque Deus lhes deu essa missão e eles a cumprem sem discutir, como compete a quem sabe que o outro é muito maior e mais poderoso e que eles só estão por aqui porque a natureza os fez assim, com o objetivo de fazerem o que fazem, que, em última análise, é perpetuar a espécie.
Os ipês roxos não deram nem darão autorização para ninguém tentar usar seu nome e suas cores para fazer qualquer tipo de comparação ou proselitismo a favor ou contra.
Pelo contrário, eles negam todas as tentativas de ligá-los a bandeiras políticas de qualquer matiz.
Em primeiro lugar, não se identificam com as teses humanas, nem apoiam as tomadas de decisões em nome da demagogia barata que tomaram o país de assalto.
Em segundo lugar, eles não se veem parte da discussão, mas sentem profunda vergonha do que fizeram com a terra abençoada em que proliferam de norte a sul e que sempre os tratou muito bem, permitindo a multiplicação das árvores, embaladas pelo sol, pelo vento e pelas chuvas.
Tudo o que os ipês querem é que os deixem florir em paz.
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