Os ipês amarelos
Na sequência de suas floradas, depois dos ipês roxos, os ipês amarelos começam a mostrar a cara.
Ainda não explodiram no esplendor da cor de ouro novo que toma de assalto suas copas, mas já começam a pipocar, um aqui, outro ali, mostrando que estão vivos, alertas e prontos para fazer sua parte na sinfonia de cores que enfeita São Paulo ao longo do ano.
É verdade que as azaleias também estão florindo e que seu rosa e seu roxo se espalham pelos muros das casas com a intensidade de quem não está disposta a passar batida, sufocada pelos ipês que atacam em sequência. Onda depois de onda, agressivamente, cada um com uma cor, para fechar toda as brechas e se consagrarem como as árvores mais belas da cidade.
O que dificulta a tarefa é que, com exceção do ipê roxo, a florada dos demais tipos é rápida e dura poucos dias, ainda que atingindo picos de beleza quase impossíveis de serem ultrapassados.
Os ipês amarelos têm a missão de resgatar a história de São Paulo. A cor de suas flores remete aos tempos em que os paulistas deixavam suas fazendas para se afundarem nas matas e tirarem da terra o ouro que financiou a primeira revolução industrial inglesa.
Remete ao tempo em que as mulheres ficavam encarregadas das fazendas e da família, enquanto os homens expandiam as fronteiras nacionais em mais de 4 milhões de quilômetros quadrados, tomados na marra dos espanhóis, que perderam de vista o meridiano de Tordesilhas.
Os ipês amarelos, como as paineiras da Ponte da Cidade Universitária, no passado saudavam os bandeirantes e hoje saúdam quem faz bem feito, porque sabem que o destino do paulista vindo de todas as partes é gerar progresso para o bem estar e felicidade dos brasileiros.
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