Os índios guaranis

Os índios guaranis decidiram atacar as torres de comunicação instaladas no alto do Pico do Jaraguá. Desligaram os sistemas e milhares de pessoas ficaram sem telefone, sem televisão, sem os prazeres da vida moderna.

Nada que tire a dignidade da tribo. Não é por esse lado. Os índios são famosos pelas suas técnicas de guerrilha e pelas emboscadas em que matavam os brancos, ou quase.

As bandeiras eram compostas por poucos brancos, mamelucos e índios. Índios tupis, que formavam o grosso da tropa e que iam de forma mais organizada descer os guaranis do Paraguai e do sul do Brasil.

Os guaranis nunca foram nativos do litoral paulista, nem do Planalto de Piratininga. Os índios destas regiões eram tupis, que ao longo dos séculos aprisionavam os guaranis, desde muito antes do homem branco chegar e transformar as guerras entre as tribos em verdadeiras campanhas militares, com o claro objetivo, primeiro, de aprisionar índios e, depois, encontrar ouro e pedras preciosas.

As bandeiras varavam o sertão no passo dos tupis caçadores e conhecedores das matas. Iam a pé, com a tralha nas costas e demoravam anos campeando pelo interior até regressarem para a vila acanhada no alto do Planalto.

Foram elas que trouxeram os guaranis para São Paulo. Eram trazidos para trabalhar nas fazendas paulistas, muito mais pobres do que os grandes engenhos do nordeste, mas que também necessitavam mão de obra.

Os guaranis tomarem de assalto as torres do Pico do Jaraguá está dentro do cenário nacional. Mas o fazerem porque a terra era deles antes dos brancos chegarem é um pouco demais. Quem os trouxe para cá foram as bandeiras. Eles nunca possuíram terras no Planalto de Piratininga.