O São Paulo revisitado
O São Paulo Futebol Clube, o meu São Paulo velho de guerra, com quem e atrás de quem, na minha juventude, viajei boa parte do Estado de São Paulo, decidiu mudar o jogo e está aí, entre os primeiros do Campeonato Brasileiro, dando show e falando grosso.
Não deixa de ser impressionante, ainda que o São Paulo tenha o direito divino de ser campeão sempre que quiser. Isso mesmo, o São Paulo pode ser campeão todas as vezes que o desejar. E pode porque um direito mais alto do que o direito dos homens lhe assegura o privilégio de escolher se quer ou não quer ser campeão, tanto faz o campeonato, a taça ou a importância do torneio.
Neste momento, não me parece que o São Paulo tenha usado de sua prerrogativa, da “golden share” com o Divino, que lhe permite exigir que o campeonato termine com ele em primeiro lugar.
Não há necessidade visível para isso. O que acontece é que o São Paulo passou a jogar um pouco melhor, enquanto os outros times passaram a jogar muito pior.
Uma espécie de ressaca da Copa do Mundo na Rússia ou algo assim. A verdade é que a televisão a cabo trouxe um complicador para a solução da equação. Ver qualquer jogo de qualquer campeonato europeu introduz um dado novo na avaliação do futebol praticado no Brasil.
E este dado é notavelmente negativo. Enquanto do outro lado do Atlântico todo jogo é jogo e os atletas suam a camisa sem medo, aqui um golzinho mixuruca é suficiente para fazer o time recuar e ficar trocando a bola de lado, sem a menor garra ou vontade de ir atrás de outro.
É neste cenário de futebol paupérrimo que o São Paulo está brilhando.
Sem dúvida, tem mérito seu, mas tem também muito pouco futebol dos outros times. Aí quem se esforça um pouquinho ganha um poucão.
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