O São Paulo continua muito ruim
Para que não fique nenhuma dúvida, eu sou são-paulino. Sempre fui. Assisti o time nas fases ruins e nas fases boas. Quando era menino, ia aos jogos com meu tio Paulo Mendonça, meu primo Julinho Mesquita e o jornalista Paulo de Aquino, são-paulino roxo, que cobria o time para o Estadão. Foi uma época gostosa, até enjoar, já na faixa dos vinte e poucos anos. Depois de assistir muito jogo ao vivo, com amigos e inclusive no meio da torcida uniformizada, preferi ficar com a televisão.
Por conta da crônica em que disse que o São Paulo é o retrato do péssimo futebol brasileiro, recebi e-mails a favor e contra, mansos e indignados. Alguns me apoiando, outros sacando números impressionantes, mostrando as glórias e as virtudes passadas, outros com o tradicional “nós estamos ruins, mas quem não está?”.
O que ninguém conseguiu fazer foi mostrar que o São Paulo está jogando bem, que ele ganha seus jogos ou ao menos marca gols. O curioso é que ninguém conseguiu sequer mostrar que o time joga empolgado, que dá prazer ver a garra e a dedicação dos jogadores.
A culpa pelo futebol sonso do São Paulo não é só dos jogadores, mas contra imagens não há argumentos. Na média, até quando ganha, é um jogo sonso, sem graça, sem garra, sem pegada, com os torcedores com medo dos últimos cinco minutos, quando o time, invariavelmente, numa falha da defesa, entrega a rapadura.
Os outros times brasileiros estão ruins? O São Paulo está na média? Tudo bem, ninguém discute. A outra crônica disse exatamente isso. E colocou a seleção brasileira num patamar ainda mais baixo. Ela tem conseguido perder mais e ser mais monótona do que o São Paulo.
Vamos em frente. O bom do futebol é que ele acirra os ânimos até quando os times dão sono ou raiva. Isto é paixão e faz toda a diferença.
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