O roto e o esfarrapado

E o Brasil tem processo de impeachment! Chique, não fosse um detalhe vergonhoso. O processo de afastamento da Presidente da República tem como escora a mais sórdida a vingança do Presidente da Câmara dos Deputados, também sério candidato a perder o mandato, pasme!, não por crime de corrupção, mas por eventualmente ter mentido em depoimento no Congresso.

É apavorante! E é mais apavorante ainda ouvir as declarações dos dois envolvidos. A presidenta que foi estudanta, mas não aprendeu nada continua sem entender nada, como se a solução do mundo fosse seu projeto de ensacar vento; enquanto o nobre deputado diz que meditou profundamente sobre a abertura do processo contra ela, como se o que ele fez não fosse o resultado de sua chantagem para tentar ficar.

É o roto falando do esfarrapado. Pode mais quem chora menos. O Brasil não merece passar por essa vergonha. Mas como tudo tem pelo menos dois lados, o que acontece pode ser muito bom para o futuro da nação.

É a nossa chance de limpar a área, de chutar de bico todas as barbaridades impostas ao país por um bando de aproveitadores que tomou conta da política e nos últimos 30 anos fez e desfez, como se o brasileiro fosse um cretino com a única obrigação de pagar a conta.

O povo enjoou do engodo, de aceitar as mentiras oficiais e que está tudo bem. Brasília demorou pra perceber que não dá mais, que a água está no nariz e ninguém está disposto a morrer afogado pelos belos olhos dos ilustres senhores do Governo e da oposição.

Governo e oposição? Isso mesmo, nós temos é muita gente ruim, de um lado e do outro da mesa. O impeachment é péssimo, mas pode ser a limonada da nossa salvação.