O Largo do Paissandú
O Largo do Paissandu foi planejado para ser uma das regiões mais finas de São Paulo. Faz tempo que o jogo virou. O Largo do Paissandu, ainda que hospedando a Igreja da Venerável Ordem Terceira de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, vem perdendo qualidade.
Fazia tempo que eu não ia lá. Fui e fiquei horrorizado. O estado do Largo é lamentável, para dizer o mínimo. Sujo, com lixo em todos os cantos, pichado, deteriorado, ocupado por moradores de rua e “nóias”, se transformou numa das antessalas do inferno, que vão sendo criadas na cidade.
Andar próximo do pedaço dá medo. Medo físico, que cresce pela ausência de policiamento, aliás, responsável por um novo tipo de diversão de alguns ciclistas que frequentam a Praça Ramos de Azevedo nos finais de tarde. Com jeito de quem não quer nada, pedalam de um lado para o outro e, quando veem alguém distraído, falando no celular, avançam rapidamente para cima da pessoa e roubam o telefone.
Todo mundo sabe, mas polícia, que é bom, raramente aparece, pelo menos na hora em que a coisa acontece. Pelo contrário, a guarda municipal anda de um lado para o outro, multando ou ameaçando multar os poucos carros de entrega que ainda circulam em volta dela.
É triste, profundamente triste ver o que estão fazendo com a cidade. São Paulo não é um enorme amontoado de imóveis cheios de gente perdido numa curva depois do fim do mundo.
A cidade tem um dos maiores orçamentos da América do Sul, muito maior do que o da maioria dos estados brasileiros e dos países do continente. Mas está sendo maltratada, deliberadamente maltratada. É bom lembrar que cuidar bem dela é o mínimo que se espera dos responsáveis pela sua administração. No ano que vem tem eleição.
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