O esporte e os surdos
O Brasil tem nove milhões e setecentos mil surdos. Só em São Paulo vivem um milhão e oitocentos mil surdos e, no entanto, apenas trezentos mil surdos praticam esportes no país.
Os dados, confesso que para mim inéditos, foram passados pelo Xandó, ex-jogador da Seleção Brasileira de Vôlei, atualmente o responsável pela Seleção Brasileira de Vôlei de Surdos.
Eu não sabia, mas ela existe, como existe a Confederação Brasileira de Desportes de Surdos, fundada em 1984, composta por nove federações estaduais e hoje com três mil atletas associados.
Se o esporte em geral não merece muito apoio no país, imagine o grau de apoio oferecido aos atletas surdos. É quase nenhum. Por isso, a luta do Xandó para colocá-los no mapa me impressionou.
Da mesma forma que me impressionaram os resultados já alcançados pela Seleção Brasileira de Vôlei para Surdos, com vários pódios nos torneios internacionais.
Mas a briga é grande e desigual. Falta apoio, falta divulgação, falta a inserção dos jogos para surdos no calendário esportivo nacional.
Eu também não sabia, mas as Surdolimpíadas acontecem regularmente e o Brasil participa delas, ainda que, por conta da crise, na última edição, o desempenho não tenha sido tão bom.
Imagine a dificuldade de um surdo para jogar vôlei. Não há barulho da bola, grito dos companheiros, instruções do técnico. O jogo se desenrola em silêncio.
Em esportes individuais, como a natação, isso não é um problema tão grande, mas nos esportes coletivos faz toda a diferença e aumenta a dificuldade. Dá-lhe, Xandó! Sua luta, com o apoio do SESI, vale a pena.
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