O buraco sem fundo
Alguns teóricos advogam que os buracos, mais cedo ou mais tarde, têm fundo. A explicação é que o limite é o núcleo da terra. Por isso, nem que seja lá, no fundo do fundo, em algum momento, o buraco acaba.
A teoria é consistente, se socorre de argumentos lógicos, mas é tão falsa quanto afirmar que nhoque existe. Todo mundo sabe que nhoque é um pesadelo. Pesadelo é sonho, ainda que ruim. Sonho não existe. Portanto, o nhoque não existe.
Para contradizer a teoria, nada melhor do que a prática. E a prática no caso é a CET. O exemplo edificante de incompetência absoluta, que faz da CET penta-tetracampeã mundial na categoria “a mais incompetente de todas as incompetências”.
Contra fatos não há argumentos. A CET prova diariamente que o buraco é muito mais embaixo e, quando chegamos lá, quase felizes porque o final do péssimo está próximo, saca um novo pesadelo para mostrar que é mais embaixo, ou que o buraco simplesmente não tem fundo.
Olhe a cidade. Olhe em volta. Não se distraia com as floradas deslumbrantes que neste momento te fazem ficar mais generoso, mais otimista. Não é por aí. Veja a vida como a vida é. Sinta os buracos, as costelas de vaca, ouça o helicóptero do Morubixaba-bebê passando sobre sua cabeça e reconheça: a CET se supera e piora todos os dias.
Exemplos? Ok, exemplos. A rua Bahia mudou de mão e ajudou Higienópolis a acabar de parar. A rua ao lado do estádio do Pacaembu passou a ter duas mãos, com a entrada, na descida da major Natanael, superando quase tudo de mal feito e errado que você já viu.
Novas faixas são pintadas, mas para parar o trânsito. Novos sinais não funcionam para parar o trânsito. Só funcionam os radares. E estes estão aí para fazer a Prefeitura arrecadar e sorrir.
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