O buraco é mais embaixo
Se o problema do Brasil fosse apenas o impeachment da presidenta que foi estudanta, mas não aprendeu nada, seria fácil. Em algumas semanas tudo se resolveria. Com o rigor da lei desempenhando seu papel e recolocando cada coisa no seu devido lugar.
O drama é muito mais complexo. Não cabe aqui investigar as razões, mas, com certeza, um estudo sério mostraria que a sociedade tem boa parte da culpa pelos desmandos que infernizam a vida e condenam o país a ficar na boca do primeiro mundo, sem conseguir cruzar os portões.
O que pode ser mais feio do que roubar merenda de alunos da rede pública? Em princípio, não haveria crime mais hediondo. Mas há. Quadrilhas especializadas roubam a saúde do brasileiro. Vendem de tudo por preços muito mais altos, onerando os hospitais públicos com faturas absurdas, enquanto as despensas ficam completamente desabastecidas de remédios e vacinas.
E tem a incompetência que custa mais caro, pelas perdas bilionárias que a incapacidade de fazer bem feito causa aos cofres públicos.
E tem a demagogia barata. O voto de cabresto. E o idealismo arcaico, baseado em ideias completamente fora de moda porque deram errado em todos os lugares do mundo.
O resultado é que a bandalheira e a ineficiência se espalham para o setor privado e a soma é um desastre.
A água distribuída foge da definição de água. Tem cheiro, gosto e cor. A energia falta dia sim, outro também. A telefonia celular é ruim e um assalto à mão armada. A internet banda larga entrega muito menos do que promete e cobra. Os aeroportos são um desastre. Os aviões voam atrasados. E nossos políticos são um desastre internacionalmente reconhecido. Pobres de nós, bons brasileiros, filhos da pátria mãe gentil.
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