O ano dos resedás
Digam o que disserem este ano está sendo o ano dos resedás. Nunca que eu me lembre eles floririam com a volúpia de 2015. Estão atacados, enfeitando todos os espaços onde estão plantados. A vontade é tão grande que até as quaresmeiras, tradicionais donas do momento, estão encabuladas, meio que olhando de lado, sem saber o que fazer.
Os resedás entraram com tudo, chutando o pau da barraca e mostrando que a vez é deles.
Durante décadas as quaresmeiras nadaram de braçada, mandando e desmandando nas floradas paulistanas. Davam o tom. As outras corriam atrás, até porque as primeiras no calendário são elas e, pela enorme quantidade de árvores plantadas, sempre se impuseram. A velha questão do número mandando em tudo. “Se eu tenho mais, eu posso mais”. Era assim que elas faziam e nunca tiveram preocupação maior.
Este ano ninguém entendeu o que aconteceu, mas os resedás viraram a mesa.
Gente mais afinada com a administração municipal tenta empurrar a ideia de que foi a prefeitura que deu força para eles. Mas a explicação é mais complexa e não passa por aí.
Outros dizem que a prefeitura estaria fechada com as quaresmeiras. Mas isso também é segredo de estado. Ninguém sabe ao certo.
Da forma como os resedás chegaram, tudo é possível. A favor e contra, não importa o quê. Daí uns dizerem que eles floriram em protesto e outros dizerem que foi em apoio.
Eu não credito na politização dos resedás, pelo menos neste momento. Eles são cautelosos demais para se posicionarem sem pesquisas mais consistentes. Para mim, eles estão mostrando força e dizendo que, se os amolarem, aí sim, eles irão para o pau.
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