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Crônicas & Artigos

em 18/06/15

Nós e eles

O grande eleitor de postes, no seu caminho para a manutenção do poder a qualquer custo, não tem a menor vergonha de distorcer a verdade, mentir, mudar a história, inventar o que nunca aconteceu e fazer qualquer tipo de acordo, até com quem ele chamava de bandido e ladrão ou lhe passou a perna na maior cara dura.

Poder é poder. Pelo poder, o grande eleitor de postes elegeu os postes errados e o resultado é que neste momento ele mesmo reconhece que as coisas poderiam ir melhor.

Mas o grande crime contra a pátria, o crime contra a sociedade brasileira não é a roubalheira, nem a mentira, nem os acordos políticos que desmoralizaram seu partido.

O grande crime é a criação dos “nós e eles”, como se no Brasil isso fosse possível. Se fosse, ele não chegaria aonde chegou, pela simples razão de ter nascido filho de cortadores de cana nordestinos, que vieram para São Paulo, num pau de arara, tentar melhorar de vida.

E ele veio, viu e venceu. Saltar de torneiro mecânico aposentado por acidente do trabalho a presidente da república não acontece nem em novela na maioria dos países.

Aliás, se fosse como O grande eleitor de postes diz, ele não chegaria sequer a torneiro mecânico. Passaria a vida num canavial de Pernambuco ou, se tivesse sorte – coisa que ele tem –, poderia trabalhar como funcionário na usina.

A verdade é que ele só chegou aonde chegou porque teve a sorte de vir para São Paulo, a terra dos “eles” que na versão dele – não gostam dos “nós”. A verdade é que, como o próprio exemplo do eleitor de postes mostra, o Brasil não tem “nós”, nem “eles”, o Brasil tem brasileiros, alguns ladrões e desonestos, a imensa maioria não.

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