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Crônicas & Artigos

em 10/05/16

Muitas cidades numa cidade

São Paulo é um polvo que estende seus tentáculos para todos os lados, ocupando uma área enorme, que cresce diariamente, engolida pela fúria que desde sempre faz dos paulistas desbravadores de novos territórios, descobridores de riquezas, construtores de nações.

Durante mais de 300 anos a cidade ficou adormecida, como que esperando e ganhando forças para se atirar na empreitada que, durante boa parte do século 20, fez dela a cidade que mais crescia no mundo.

Foi bom? Foi ruim? Tanto faz. Foi. Contra fatos não há teoria. Não há como desfazer o que foi feito, mesmo porque o ritmo não caiu e São Paulo segue em frente, em todas as direções, engolindo o que aparece na frente como os grandes tubarões tigres devoram placas de automóveis, aves, peixes e pessoas, democraticamente, sem se queixar ou ter azia.

O resultado dessa expansão desordenada é a imensa malha urbana, facilmente vista do espaço, ocupando mais de mil quilômetros quadrados de ruas, casas, favelas, prédios, fábricas, lojas, parques, depósitos e o mais que faz parte da vida de uma cidade.

A pena é que ela está maltratada. Deliberadamente maltratada por uma administração municipal que não gosta dela.

Gostasse, seria outro o cenário, outro o astral. Algo completamente diferente dos números da triste estatística que aponta que mais de 60% de seus moradores mudariam, se pudessem.

São Paulo é uma e são várias. A cidade é múltipla. São várias cidades compondo uma enorme massa urbana, com características diferentes de região para região e até de rua para rua. Aqui, uma praça de cidade do interior; ali, uma avenida futurista; mais para a frente, o metrô; do outro lado, edifícios tentando abraçar o céu. Tudo visto de cima, de baixo, de lado, sentado numa cadeira de balanço no terraço da casa que não existe mais.

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