Morubixaba-guara-bebê
Mais uma vez devo um favor ao mesmo amigo que me avisou que o padre Leonardo Nunes estava chateado com o uso de seu nome para identificar a atual gestão municipal.
Naquele momento, atendendo a justa vontade do jesuíta, o nome foi mudado para Morubixaba-bebê, muito mais apropriado e exato do que o nome do padre quinhentista que comandou a construção do colégio dos jesuítas e deu o primeiro empurrão em São Paulo.
Abaré-bebê, apelido dado pelos índios ao Padre Leonardo Nunes, significa padre voador, ao passo que Morubixaba-bebê quer dizer chefe voador.
Feita a alteração mais do que pertinente, eu estava contente, sentado no meu canto, quando o mesmo amigo que me alertou para a injustiça com o padre veio falar comigo de novo.
Agora tinha uma sugestão de aprimoramento. Uma homenagem e ao mesmo tempo uma identificação mais exata dos atributos da atual administração municipal.
Por que não completar o nome guerreiro, acrescentando uma cor ao título? Cor que se espalha mal pintada pelo chão, como se o urucum utilizado fosse contrabandeado da Bolívia. O vermelho sangue das bandeiras dos partidos de esquerda metidos em bandalheiras e das faixas de bicicletas, melancolicamente vazias, atrapalhando o trânsito da cidade.
A ideia me pareceu boa. Morubixaba-bebê mostra uma faceta, mas apenas uma. Completar a assinatura, mais do que justo, era o correto.
Assim, o nome de guerra completo, na mais pura tradição tupi, passa a ser Morubixaba-guará-bebê. Ou, em português, mais fácil para quem não conhece os mistérios da língua geral: chefe vermelho voador. Um nome imponente para uma administração que não se empolga com a cidade.
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