Menos tempo de purgatório
Para um time de futebol jogar bem ele necessita bons jogadores. E o São Paulo Futebol Clube não tem bons jogadores. Diante dos fatos, a conclusão se impõe definitiva: o São Paulo Futebol Clube não joga bem. Por isso perde de times de qualquer divisão, nacionais ou estrangeiros.
A situação é tão dramática que estou até pensando em entrar em contato com os dirigentes do Bandeirante de Louveira para pedir que, por caridade, não aceitem jogar um amistoso com o gigante do Morumbi.
O São Paulo seria massacrado. Faria tão feio quanto a seleção brasileira no jogo contra a Alemanha. Seria capaz até de perder por mais que sete a um. Então, é melhor não arriscar.
Eu sou são-paulino. Não quero meu time passando mais humilhações, dando vexame jogo depois de jogo. Não poso permitir um amistoso como este. Tenho que evitar até a ideia do amistoso.
Tem gente que fica brava comigo porque exponho a nudez tricolor. Para eles, eu deveria me contentar com as glórias do passado, viver e respirar o que aconteceu muitos anos atrás. Mas não dá. É para frente que se anda e o futuro do São Paulo não promete muita coisa boa.
Mas se toda semana a vaca corre para o brejo, tem um outro lado que não tem chamado muito a atenção dos interessados, apesar de tudo de positivo que ele traz em si.
Cada derrota do São Paulo, com a humilhação, a vergonha, a irritação e o sono de quem vê as partidas, traz, em compensação, uma contrapartida maravilhosa, um presente de Deus capaz de estremecer as paredes do templo e encher de inveja o peito de quem torce para outro time.
Cada derrota são-paulina dá para os torcedores tricolores 200 anos de desconto nas penas do purgatório. Quer dizer, quanto mais o São Paulo perder, mais chances você tem entrar no céu rapidamente.
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