Maria Esther Bueno
A morte da maior tenista brasileira e uma das grandes do mundo, com 19 grand slams na carreira vitoriosa, além da tristeza, deixa o Brasil mal.
Maria Esther Bueno pontificou no tênis internacional entre as décadas de 1950 e 1960. Deu show no mundo inteiro, ganhou os 4 grands slams, jogou feito deusa no saibro, na grama e em quadras duras, foi genial jogando sozinha, em duplas femininas e em duplas mistas.
Logo após as primeiras vitórias, foi recebida pelo Presidente da República, mas o Brasil não se importou com ela. Durante muitos anos, não teve a consagração que merecia, foi pouco reconhecida, quase esquecida.
Não ganhou fusquinha de Governador, nem bolsa-família, nem grana, nem aposentadoria especial ou loja de loteria esportiva.
Não, ela tocou sua vida por conta própria, trabalhando, dando duro, jogando tênis, que era sua grande paixão.
O Brasil é assim mesmo. Aqui o sucesso é uma coisa complicada. É como se parte dos homens públicos brasileiros se sentisse incomodada porque o sucesso do outro expõe a sua mediocridade.
Tive o privilégio de vê-la jogar diversas vezes nas quadras do Clube Harmonia, que frequentou até pouco antes de ser internada.
Ao contrário das atletas de hoje, Maria Esther Bueno era pequena, leve, delicada. No entanto, jogava de igual para igual com os homens, até porque, no Brasil, não tinha muitas mulheres que jogassem tênis de alto nível quando ela brilhou nas quadras.
Numa homenagem póstuma, ela foi velada no Palácio dos Bandeirantes. Diz o ditado que o bom é receber a nossa parte enquanto estamos vivos. Maria Esther Bueno recebeu em vida as honras e o reconhecimento do mundo. Agora está feliz jogando nas quadras da eternidade. Pena que o Brasil, mais uma vez, ficou devendo.
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