Mais republicano
Todas as vezes que ouço alguém dizer que fulano é republicano, confesso que, como meu amigo Manuel Alceu, fico arrepiado. A palavra quer dizer apenas que o republicano é adepto da república.
Mas existe outra forma de governo mais antiga do que república, que também funciona até hoje, com pelo menos tanto sucesso quanto os países republicanos.
A monarquia é anterior à república. Atenas, onde a ideia de república como a conhecemos nasceu, antes de ser república, havia sido monarquia e depois foi uma ditadura, o que mostra que, ao longo da história, as formas de governo se alternam, com tudo de bom e ruim que a alternância impõe.
Hoje a grande república, o exemplo para o mundo, são os Estados Unidos. Na cola seguem Alemanha, França, Itália, Rússia, Brasil, Índia, Venezuela, Argentina, etc.
O rol é consistente, muito embora não garanta que cada uma das repúblicas seja efetivamente uma democracia.
Do outro lado, temos Reino Unido, Japão, Holanda, Suécia, Noruega, Arábia Saudita, Jordânia, Butão, etc., engrossando o time das monarquias. O que também não quer dizer que todas elas se enquadrem no rol das democracias.
Então, ser democrata não é sinônimo de ser republicano. Um monarquista também pode ser democrata. O Reino Unido era uma democracia quando o Brasil ainda era uma colônia portuguesa. E o Japão só se tornou uma democracia depois da Segunda Guerra Mundial.
Da mesma forma, China e Cuba, duas repúblicas, não são democracias. Assim como Arábia Saudita e Brunei, dois reinos, também não o são. É por isso que ser republicano ou monarquista não é elogio, é apenas uma tipificação. O que faz a diferença é ser honesto.
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