Jacarandá mimoso
Depois dos ipês é a vez das sibipirunas. Não que sempre tenha sido assim. Elas se impuseram e ocuparam seu espaço na marra, sem pedir licença para prefeito ou vereador e muito menos para os ecologistas de plantão.
Sibipiruna que é sibipiruna não pede, manda. As de São Paulo não são diferentes. É que nas fazendas é assim. Quem pode toma, quem não pode entrega. Coisa fora de moda, mas que, na prática, continua funcionando em todos os lugares, em todos os cenários, com todo mundo sabendo e respeitando a velha regra porque é melhor assim.
Mas nessa vida as coisas andam e tudo passa. As sibipirunas sabem disso, por isso saíram de cena. Acabou o tempo delas. Disciplinadamente, deixaram o palco, abrindo espaço para os jacarandás mimosos.
Os jacarandás mimosos são tão especiais que estão plantados até nas ruas de Lisboa, ocupando espaço para preservar a história de outro tempo, quando o Brasil era colônia e Portugal, o reino.
Os jacarandás mimosos são árvores muito especiais. Seus troncos ásperos e duros, com galhos escuros saindo para os lados e para cima, os fazem diferentes de quase todas as outras árvores plantadas na cidade.
Mas sua florada os equipara aos ipês, às azaléas e às quaresmeiras. As flores azuis quase roxas têm uma cor única, que faz a festa de quem está em volta. O horizonte, até quando é um horizonte curto, fica mais bonito, com os contrastes definidos pelas flores deslumbrantes.
Árvores de antigamente, hoje em dia não estão mais na moda. Mas algumas ruas do bairro de Higienópolis devem parte de sua beleza e de sua magia aos jacarandás mimosos plantados há muitas décadas.
Atualmente, são árvores de porte que não se envergonham diante de qualquer outra, incluídas as tipuanas. E a cidade agradece sua florada.
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