Ipês de outras cores e sibipirunas
A vida segue, independentemente do que vem pela frente. Foi assim com os dinossauros que, depois de milhões de anos, deixaram de ser os senhores do planeta. Foi assim com os Neandertais. Foi assim com milhares de espécies que desaparecem todos os anos, desde que o mundo é mundo.
Mas se o tempo é inexorável e a morte sempre chega, as estações trazem a beleza em sua mais pura essência. Em cores e texturas únicas, que fazem a natureza mais bonita, se é que isso é possível.
Cada momento é único e não se repete da mesma forma. No máximo, as coisas acontecem de jeito semelhante. Mesma época, mesmos movimentos, mas diferentes na intensidade, na duração, na explosão, na quantidade, etc.
É assim porque é assim, tanto faz se nós gostamos ou não. A vida é um milagre que se perpetua enquanto durar. Pode acabar apenas com o fim do planeta ou pode acabar antes, na morte de cada um.
É isso que a magia das floradas nos mostra todos os dias. E é isso que está em risco com as novas diretrizes para a ocupação do solo na cidade.
Será que tem gente que não vê a beleza das floradas que se sucedem, uma depois da outra, ao longo do ano inteiro?
Agora é o tempo dos ipês amarelos, mas, quem prestar atenção, com um pouco de sorte, vai ver a maravilha que é um ipê branco florido. E se passar pela Rua Cardoso de Almeida vai ver a festa dos ipês rosa no muro do cemitério.
As tipuanas também estão floridas com suas florezinhas amarelas desafiando os cachos amarelos das sibipirunas. Vida é isso. Beleza é isso. Ir contra é pecar, atentar contra a vida e enfear o mundo.
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