Homenagens inúteis
Muita gente tem o sonho de ser homenageado virando nome de rua. Alguns se contentam com menos. Pode ser nome de prédio ou até mesmo placa numa parede de fundo de uma ONG sem expressão que vive de grana do governo.
Mas a vaidade é vã. Tanto faz o seu nome, ser assim ou assado, a placa de rua que te homenageará será escrita de acordo com as regras para nomes adotadas pela CET, ou seja, a incompetência e o viés sociológico torto marcarão seu destino, fazendo com que você, em vez de ser você, vire até santo, como acontece com a Rua Condessa de São Joaquim, que na placa virou São Joaquim.
Pode mais quem chora menos. É velho como o tempo, mas veja os nomes das ruas da cidade, os nomes que foram preservados integralmente, seja lá pela razão que for.
Começando por uma das principais avenidas, quem sabe quem foi Rubem Berta? E a continuação dela, quem sabe o que aconteceu no dia 23 de maio?
Isso pra ficar no básico, porque as homenagens não seguem a importância do homenageado. É assim que o grande médico Dr. Zerbini é uma passagem de nível e Cicilo Matarazzo uma passarela. Enquanto gente que nunca fez nada mais sério é avenida e viaduto.
Mas não já, a coisa vai ficar muito pior. Quantas e quantas placas foram reescritas com nomes e abreviações que não identificam o homenageado?
A regra no Brasil é o último nome ser o nome do pai, portanto o sobrenome da pessoa. Veja se é isso que você vê nas placas. A tranquilidade com que criam novos personagens que nunca existiram assusta. Por isso, tanto faz dar ou não dar seu nome a uma rua.
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