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Crônicas & Artigos

em 09/02/15

Homenagem permanente

por Antonio Penteado Mendonça

Por causa do começo do ano e do aniversário da cidade, imaginei que o presente da Prefeitura para São Paulo fosse apenas para o dia 25 de janeiro.

Que, passadas as festas, os buracos, crateras e mato fossem retirados de cena, dando para a metrópole a imagem que se espera de uma região rica, como é a Vila de Piratininga em 2015.

Mas não, eu estava enganado. Ao que parece, a administração municipal, quem sabe por encontrar pontos comuns entre o Padre Leonardo Nunes e os integrantes do alto escalão, decidiu estender a homenagem para o bravo jesuíta e seus companheiros e manter a cidade esburacada, cheia de crateras, com mato e assolada pelos pernilongos por mais tempo.

Quanto ninguém sabe dizer. Atualmente é tudo inesperado. O planejamento estratégico é feito apenas para ganhar a próxima eleição, e essa acontece no ano que vem.

Tenho a impressão de que a administração municipal vai esperar mais um pouco para receber as estatísticas sobre a aprovação da população para sua ideia de refazer o cenário de Piratininga em 1560, para só então decidir se tapa os buracos e fecha as crateras, tira o mato e combate os pernilongos.

Até lá, teremos a sorte ou o privilégio de, pelo menos em parte, redescobrir os valores fundamentais que fizeram dos paulistas os responsáveis pela conquista de mais da metade do território nacional.

Muita gente ficará triste. Afinal, com os séculos, o bandeirante se tornou urbano. Nem todos gostam da emoção das trilhas e picadas. A maioria prefere ruas bem asfaltadas para desfilar seus carrões, ar condicionado e praças bem cuidadas, de preferência sem pernilongos.

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