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Crônicas & Artigos

em 01/08/16

Hector Babenco

A morte de Hector Babenco abre um claro no cinema. Diretor altamente competente, Hector Babenco foi o contraponto do cinema novo. Ele e Walter Hugo Curi não aceitaram o que foi colocado na mesa como a verdadeira forma de se fazer cinema.

O cinema de Babenco era denso, elaborado, pensado em cada detalhe. Ao contrário da ideia de uma câmera e uma ideia, Hector Babenco pensava, analisava e trabalhava os temas, com começo, meio e fim.

Diretor de obras do porte de Lúcio Flávio, Pixote, O Beijo da Mulher Aranha, Carandiru e Meu Amigo Hindu, o cinema de Hector Babenco tinha imenso conteúdo social. Mas ia muito além da alegoria do cinema novo para mostrar, de forma realista e impressionante, os dramas por trás de cada personagem.

Hector Babenco era argentino, vivia no Brasil, mas era um homem do mundo. Sua forma de ver a vida e fazer cinema não pertence a este ou àquele país, a esta ou àquela escola, a esta ou àquela corrente.

Seus filmes tocam o ser humano, balançam o ser humano, colocam o ser humano diante de um espelho, a tela, na qual cada um se identifica, à sua maneira, a favor ou contra, mas sempre tocado pela verdade.

Quem sabe este tenha sido o mote do grande diretor. A busca pela verdade. A verdade dele, na forma de contar uma história que aguça a verdade dos outros, num plano de absoluta honestidade, incorporado na complexidade da vida, mas sem perder o toque humano, bom ou mau, de cada personagem.

Hector Babenco era intrinsicamente honesto. Não permitia qualquer concessão, nem em nome da fama, nem em nome do sucesso, nem para deixar mais bela a história. Ele era ele e seus filmes mostram isso. Um homem honesto.

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