Francisco Marins
São Paulo acaba de perder um dos principais intelectuais do século 20. Escritor de muito sucesso, editor, duas vezes Presidente da Academia Paulista de Letras, Francisco Marins morreu em Botucatu, onde foi enterrado junto com sua gente.
Não há menino dos anos 1950 e 1960 que não tenha se divertido e aprendido lendo Clarão Na Serra, A Porteira Bateu, O Grotão do Café Amarelo e tantos outros livros escritos por Francisco Marins, um dos autores mais bem sucedidos do Brasil, com milhões de exemplares vendidos, numa época em que apenas Jorge Amado, além dele, chegou nesse patamar.
Mas, além de grande escritor e profundo conhecedor da história do Brasil, Francisco Marins foi presidente da Editora Melhoramentos numa época importante, pelo apoio dado a nomes do porte de Afonso de Taunay, Belmonte e vários outros historiadores e estudiosos do Brasil. Ele e Hernani Donato se encarregaram de editar e divulgar as obras destes autores que tiveram – e ainda têm – enorme influência no estudo e na pesquisa de nossas coisas.
Francisco Marins também é nome fundamental na história e consolidação da Câmara Brasileira do Livro, entidade da maior importância para a cultura nacional, entre outras atividades, responsável pela Bienal do Livro de São Paulo.
E foi duas vezes presidente da Academia Paulista de Letras, com participação importante no desenvolvimento da APL, pelas iniciativas inovadoras e pelas medidas destinadas a consolidar e modernizar a Academia.
Francisco Marins foi meu amigo. Com idade para ser meu pai, conversávamos sobre os mais variados assuntos e seus conselhos me ajudaram quando eu fui o presidente da Academia Paulista de Letras.
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