Fila cresce sempre
Depois de 8 trimestres com o PIB em queda, parece que o Brasil pode começar a sair do atoleiro em que foi jogado pela “Reprovada do Mobral”, eleita pelo “Diabo de Filme do Glauber Rocha”.
Nada que um dia o personagem não pague, aqui mesmo, nessa terra em que se plantando tudo dá e em que se roubando dava mais ainda.
A coisa vai se complicando e quem tem juízo começa a ficar na toca porque, quando tubarão sai para nadar, lambari inteligente não entra n’água.
O interessante é que a fila das delações premiadas adquiriu velocidade inimaginável poucos anos atrás. Aliás, era inimaginável imaginar que alguém no poder ou amigo dele algum dia seria preso e condenado, como vamos vendo acontecer quase todos os dias.
O resultado da dança das cadeiras é que a delação premiada, antes execrada por quase todos, de réus a advogados, passou a ser o bote salva-vidas da turma metida na história, ou nas histórias, porque é tudo no plural e o tamanho da encrenca não para de crescer.
O problema das delações premiadas é que elas servem para quem contar primeiro fato novo sobre fatos e provas envolvendo alguém que cometeu crime e que por isso justifica a redução da pena do delator.
É aí que a turma está começando a ter mais pressa. Até agora tinha pouca gente e muita coisa para ser contada. Nos últimos meses, o quadro mudou: passou a ter muita gente para contar, mas as histórias começaram a se repetir e fato velho não dá direito a delação premiada.
Como o universo das delações ganhou corpo, no conteúdo e na fonte delatora, está complicando a vida de quem não é tão importante. Afinal, o que alguém tem para falar sobre alguma coisa que um ex-ministro conte?
Quem pode, pode, quem pode menos está se apressando. A perspectiva de sobrar cadeia é concreta e está cada vez mais próxima.
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