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Crônicas & Artigos

em 03/12/15

Feito para dar errado

O Brasil foi meticulosamente planejado para dar errado. Por isso ele dá errado. Nossa melhor chance de dar certo foi depois da Proclamação da Independência, quando D. Pedro I e José Bonifácio desenharam as bases de uma nação moderna, sem escravidão, capaz de desenvolver suas habilidades através do ensino e a potencialidade de suas lideranças.

O sonho durou pouco. Logo após a Regência, onde o moderno e o atrasado disputaram lugar, D. Pedro II se compôs com o atraso, com os fazendeiros do Rio de Janeiro, os negociantes de escravos e os senhores de engenho para manter o Brasil como era, ou seja, um país fadado a permanecer na idade das trevas em plena revolução industrial.

Mesmo o Barão de Mauá, uma luz única, que em qualquer parte do mundo receberia todo o apoio oficial possível, acabou inviabilizado pelo ciúme do Imperador e pelos gabinetes do império, que fecharam com os banqueiros britânicos, capitaneados pelos Rotschild, e quebraram Mauá.

Com a República, Prudente de Moraes trouxe um sopro de modernidade e Rui Barbosa realizou um trabalho fantástico no sentido de reverter a tradição brasileira de sempre dar errado.

Na sequência, Campos Salles desfez a obra do antecessor e o Brasil regrediu sob a batuta do Dr. Murtinho, seu Ministro da Fazenda.

De novo, contrariando a regra cruel, o Presidente da República, Afonso Pena, e o Presidente Paulista, Jorge Tibiriçá, deram ao Brasil a chance de crescer e ocupar um lugar de destaque no mundo.

Mas Nilo Peçanha, com a morte do Presidente, desfez a obra, entregando o país para o Marechal Hermes da Fonseca completar o serviço, nos jogando no batidão de sempre. E por aí fomos, com honrosas exceções. O que vivemos hoje não é mais do que tudo o que foi feito errado e que deu no que deu, aperfeiçoado por gente incompetente.

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