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Crônicas & Artigos

em 16/11/17

É para multar mesmo

Se alguém tem dúvida de que as velocidades impostas pela CET são para multar, é só olhar em volta e ver a falta de bom senso com que as velocidades são tratadas para não ficar dúvida nenhuma.

Você vai por uma rua estreita, com trânsito intenso, pedestres atravessando fora da faixa, caminhões parando onde querem e a velocidade é 50 quilômetros por hora.

Você entra numa avenida livre e desimpedida, milagrosamente sem buracos, sem pedestres cruzando fora da faixa e a velocidade cai para misteriosos 40 e, às vezes, até 30 quilômetros por hora.

Qual a lógica? A lógica é simples: multar. Multar, multar e multar.

Quem inventou o processo com o grau de sofisticação atual foi a administração passada, a prefeitura que não gostava da cidade, nem tinha noção de administração da coisa pública.

Tudo bem, foi a administração passada quem inventou, mas a atual administração não fez nada para modificar o quadro. Pelo contrário, se os semáforos não funcionam, ninguém ouviu falar de radar quebrado.

A ordem é simples, objetiva, direta: mantenha tudo como estava porque o caixa está baixo e o caixa agradece as multas.

Não se preocupe, este ano você será mais multado do que no ano passado. A margem de desvio permitido é patética. Você é multado a 52, ou a 33, ou a 41 quilômetros por hora. Tolerância zero com o mau motorista, tanto faz os porquês, o negócio é multar. Multe que seu salário agradece.

Você viu alguma mudança de comportamento dos marronzinhos? Não viu porque não teve. A ideia não é melhorar o trânsito, a ideia é manter tudo como sempre foi. É só passar pelo viaduto Pacaembu para não se ter dúvida. A faixa de ônibus continua lá, firme, sem ligar nada com nada, mas bloqueando uma pista. Se quiser, chore. Vai continuar tudo como sempre.

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