Diferenças que explicam as diferenças
A primeira vez que fui eleito Presidente da Academia Paulista de Letras, fui à casa de minha mãe lhe dar a notícia. Ela ouviu, sentada no sofá do escritório do apartamento. Depois de me dar um beijo de parabéns, se levantou e foi até seu quarto, onde retirou um livrinho de sua estante e me deu de presente.
Cada vez que eu o leio sinto profunda vergonha das barbaridades, mentiras, demagogia e populismo dos discursos do Lula, da Dilma e de boa parte dos demais políticos brasileiros, no Governo e na Oposição.
O livro que minha mãe me deu é uma seleção dos discursos e escritos de Abraham Lincoln, o grande presidente norte-americano. Eu costumo abri-lo aletoriamente e ler o texto que o acaso coloca na minha frente. Então sinto uma admiração profunda pelo homem que o escreveu e entendo porque todas as vezes que viajo para os Estados Unidos me admiro com a nação que gerou a única superpotência do mundo.
Um exemplo simples que mostra a diferença é a comparação dos passaportes. O norte-americano, com sua capa azul tradicional, começa com “Nós o povo dos Estados Unidos…”. O nosso, que era verde e agora é azul, desde o meu primeiro, tirado em 1973, já mudou de cara várias vezes, sendo que o atual lembra mais carteirinha de sócio de time de futebol do que um documento com fé internacional.
Mas voltando para a comparação entre o livrinho que eu ganhei de minha mãe e os discursos de nossos políticos, fica claro por que as diferenças entre os homens públicos fazem diferença na realidade dos dois países. Lá, política existe para melhorar a vida do cidadão. Por isso, John Kennedy dizia: “Não pergunte o que seu país pode fazer por você, mas o que você pode fazer pelo seu país”. Enquanto, aqui, nossas escolas formam analfabetos, a saúde mata e nossos próceres quebram a Petrobrás.
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