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Crônicas & Artigos

em 01/08/14

Congestionamento celeste

por Antonio Penteado Mendonça

Durante milhares de anos os céus foram das aves, dos mosquitos, de outros insetos voadores e dos asteroides.

Um belo dia, um brasileiro, depois de outro brasileiro haver voado num balão, decide voar num objeto mais pesado que o ar. E consegue. Dá certo. O 14 Bis abre uma avenida interminável na história da humanidade.

Depois das façanhas de Santos Dummont, em Paris, e dos irmãos Wright, nos Estados Unidos, o céu passa a ter novo dono: o ser humano e suas máquinas voadoras.

A evolução é vertiginosa. Máquinas para a guerra e para a paz cruzam os céus de todos os continentes e depois os oceanos, aproximando as pessoas, quebrando as distâncias, tornando o mundo menor.

Aeronaves mais rápidas e maiores surgem logo depois de outra, mais rápida e maior do que a anterior, mas menor e mais lenta que a última versão.

Nos céus pode mais quem chora menos. A corrida é acirrada. Americanos, europeus, canadenses e brasileiros disputam palmo a palmo o mercado das nuvens.

O helicóptero se populariza. Cada vez mais aparelhos voam em cima de nossas cabeças, infernizam nossas vidas, permitem que os bem-aventurados se sirvam deles para escapar do trânsito.

Agora chegam os drones. Aeronaves não tripuladas, com toda a fome de ocupar seu espaço.

Em pouco tempo o céu estará completamente congestionado. A pergunta que fica é: quem vai colocar ordem no caos? Se ninguém o fizer, vai aumentar muito o número de acidentes. Mas é preciso se ter claro que não adianta criar a CET do ar.

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