Como seria bom
Como seria bom se cada cidadão brasileiro ganhasse uma mega sena acumulada. Faria diferença para o rico e para o pobre. Um ficaria mais rico e o outro não precisaria comer nas mãos do Governo, recebendo bolsa família como se fosse o maná caindo do céu.
É verdade, dinheiro não traz felicidade. Poderia ilustrar a crônica com dúzias de exemplos edificantes. É ler a Bíblia e os sofrimentos de Jó para acreditar que dinheiro pode ser um chamariz perigoso. Se Jó fosse um homem comum, Deus não o teria tomado como exemplo e ele não teria passado os suplícios por que passou, até o final feliz da história.
Também seria bom o São Paulo voltar a ganhar. Não necessariamente futebol, mas qualquer coisa, de jogo de pebolim para fora. Eu sei que isso é difícil, mas se a crônica começou desejando uma loteria acumulada para cada brasileiro, por que não o São Paulo poder ganhar? Sonho é sonho e ainda não paga imposto.
Além disso, poderia sonhar com o fim das guerras, ainda que sabendo que os dois primeiros homens sapiens já desceram das árvores brigando por tudo e mais alguma coisa.
Seria bom também se todo mundo pudesse sair de casa para, nos finais de semana, pescar lambari. Por que lambari? Ora, por que não lambari? Mas, se alguém preferir, pode pescar tainha, robalo, baiacu ou o que quiser, até baleia.
Ah! Como seria bom se as chuvas inventassem um sistema mais racional para caírem.
E como seria bom se as catástrofes só acontecessem nos filmes.
Também seria muito bom não ter que acordar cedo, lavar louça ou limpar a casa.
Mas o mundo é o mundo e a vida é a vida. Ainda bem que é assim.
Voltar à listagem