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Crônicas & Artigos

em 27/05/14

Clima e Feriado

por Antonio Penteado Mendonça

Este ano, por conta da estiagem brutal que se abateu sobre o sudeste e o sul do país, as coisas estão rodando fora do compasso tradicional e os feriados prolongados têm tido tempo bom, para alegria do cidadão.

É curioso como os jornalistas, na véspera do feriado, falam de boca cheia que nos próximos dias a previsão é de sol e temperatura alta quando, do outro lado, o risco da falta de água é mais do que concreto, é só questão de tempo.

Tá certo que todo mundo gosta de pegar praia ou passear no campo com sol. Dependendo do lugar, o calor não é fundamental. Afinal, quem busca as montanhas imagina um friozinho para combinar com o fondue e o vinho tinto ou uma pinguinha para esquentar.

O que vale é sol e noite aberta. E isso nós temos tido de sobra, ainda que trocado pela água nossa de cada dia, desperdiçada por anos a fio, pra lavar calçadas e carros, como se não acabasse nunca.

Agora a festa ameaça ter final infeliz. Coisa que nem roteiro de filme de tragédia planetária poderia imaginar. As coisas estão complicadas e a culpa é do tempo, que este ano decidiu que não choveria como estamos acostumados a ver.

Até aí tudo bem, é a maior seca dos últimos 84 anos. Mas, na outra ponta, pelo menos em São Paulo, tem muito do que não foi feito nas últimas décadas.

O último grande investimento na área foi feito no governo de Paulo Egydio Martins, na segunda metade dos anos 1970.

Daí pra frente, maquiaram, fizeram de conta, mas, de verdade, está mais ou menos como ele deixou. Só aumentou a invasão das áreas de mananciais. Agora começamos a pagar o preço. E a conta será longa.

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