Ciúme de santo
Eu não tenho dúvidas, o que está acontecendo em São Paulo é consequência de um mal entendido, acontecido há mais de 450 anos e não resolvido até hoje.
Dizem experts no assunto que o início de tudo foi quando da escolha do nome para o colégio dos jesuítas no Planalto de Piratininga. De acordo com versões que ficaram marginalizadas, em função da ação dos jesuítas e do grande poder da Igreja, parece que houve um acordo, por causa de uma situação de estresse, na qual um milagre seria a única solução.
São Pedro teria feito o milagre e, nas tratativas com os interessados, no caso, os jesuítas cercados por índios antropófagos, teria ficado acertado que, como paga, o colégio que estava para ser aberto em Piratininga se chamaria Colégio de São Pedro.
É aí que o imbróglio fica complicado. Ninguém sabe se o padre Manuel da Nóbrega não conhecia o acerto ou se ele e o Padre Leonardo Nunes decidiram fazer de conta que não sabiam, o fato é que eles batizaram o colégio com o nome de São Paulo, aliás, como era regra nos colégios jesuítas espalhados pelo mundo inteiro.
São Pedro não se conformou. Ficou com ciúmes. Foi reclamar a quem de direito, mas não teve sucesso. Na surdina, São Paulo mexeu seus pauzinhos. O colégio continuaria a se chamar São Paulo e daria origem à maior cidade do hemisfério sul, também chamada São Paulo, em homenagem ao colégio original e ao apóstolo rival.
Daí pra frente não teve mais jeito. São Pedro rodou a baiana, virou a mesa e entrou em guerra com todos os que ele imaginou que o traíram e os seus descendentes – isto é, nós, que moramos aqui e torcemos para o São Paulo. O resultado é que a cidade e o estado continuam ameaçados de ficar sem água e o São Paulo é o único time que ataca para trás.
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